26.3.08
20.3.08
Madame Satã
Eu tenho uma raiva dentro da minha pessoa que não me permite que me venha a calma. Uma raiva que não tem fim e muito menos explicação. Se não estiver satisfeito com meus tratos, evapora! Nasci foi pra ter vida de malandro. E vou le´vá-la é rasgada. Sou filho de Iansã e Ogum e devoto de Josephine Baker. A vida é melhor quando a gente canta, rebola, se sacode e rodopia. E se eu perder o meu amor assassinado de forma brutal... E se eu perdê-lo... Continuarei nadando com largas braçadas contra o mar revolto. E, ainda molhado de água salgada, ofegante e estirado na areia, receberei a água da chuva.
imagens . Madame Satã, de Karim Ainouz, Brasil, 2002
texto . Matheus Matheus, construído a partir de imagens editadas de Madam Satan, de Cecil B. de Mille e da postura da pessoa incorporada por Lázaro RamosMarcadores: brazil, sempalavras, textos meus
19.3.08
A Rainha Diaba
Noite alta, céu risonho A quietude é quase um sonho O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor
Só tu dormes, não escutas
O teu cantor
Revelando à lua airosa
A história dolorosa desse amor
Lua...
Manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos
Canto
E a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
E entre a neblina se escondeu
Lá no alto a lua esquiva
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas
Qual dilúvio de falenas
Andam tontas ao luar
Todo o astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas
A dolorosas queixas
Ao luar
texto . Noite cheia de Estrelas, letra & música de Cândido Neves imagem . A Rainha Diaba, de Antonio Carlos Fontoura, Brasil, 1974
Marcadores: brazil
13.3.08
E sua mãe também
imagens, frase e cartazes . Y Tu Mama También, de Alfonso Cuarón, México, 2001Marcadores: juventude transviada
12.3.08
7.3.08
Maria Antonieta
Como não ser superficial com tantas coisas finas e lindas ao redor, quando todos à volta parecem ter sido criados para servir? Como buscar um aprofundamento na vida e adquirir uma certa densidade? Sofrendo? Deitando na relva e experimentando como é grande e bonita a natureza? Dando prazer aos outros? A um? A dois? A mais? A quantos? Nem me chamaram pra orgia? O pop é pop: Maria Antonieta usava all star e escutava pós-punk quando ambos ainda nem existiam! Nada mais vanguardista... O amanhecer, meio que de ressaca, do Fellini sempre existiu. Este é eterno - a vida é doce."Ah! O diadema! Sou a rainha! Flamejo como coroa alta que sou. Os reis me usam em forma de capuz papal triangular. As princezinhas enfeitam com delicados diademos o rostinho fresco, inocente, mas capaz de crueldade. Maria Antonieta coroada e linda, meses antes de ter a cabeça decepada e rolada no chão da rua, disse alto e cantante: se o povo não tem pão porque não come bolo? E a resposta foi: allons enfants de la patrie, le jour de glorie est arrivé. O povo devorou o que pôde e comeu jóias e comeu lixo e gargalhou. Enquanto isso o rosto branquíssimo de Maria Antonieta mostrava silêncio de pérola na cabeça sem cabelos e sem pescoço."
imagem . Marie Antoinette, de Sofia Coppola, EUA/França/Japão, 2006
texto l . Matheus Matheus
texto 2 . Clarice Lispector
visite o site! http://www.sonypictures.com/homevideo/marieantoinette/index.html
Marcadores: frança
4.3.08
traídos pelo desejo
Um escorpião quer atravessar o rio, mas não sabe nadar. Procura uma rã que sabe e lhe pede carona. A rã diz: "Se levá-lo nas costas, você vai me ferroar." O escorpião retruca: "Não é do meu interesse, pois eu me afogaria junto com você." A rã pensa nessa lógica e concorda. Leva o escorpião nas costas e enfrenta as águas com coragem. Na metade do caminho, sente uma forte pontada do lado. E se dá conta de que foi o ferrão do escorpião. Enquanto ambos afundam sob as ondas, a rã grita:"Porque me ferrou, senhor Escorpião? Agora ambos vamos nos afogar!" O escorpião responde: "Não pude evitar, é a minha natureza."
imagem . The Crying Game, de Neil Jordan, Inglaterra, 1992
3.3.08
sedução
"Oh, encantadora beleza orgânica que não é pintada e nem de pedra e sim de matéria viva e corruptível. Veja os ombros e os quadris, os seios floridos de ambos os lados do peito, as costelas emparelhadas, o umbigo no delicado ventre e o sexo escondido entre as coxas. Deixe-me sentir a exalação dos seus poros e apalpar sua pele, imagem humana de água e abrimina destinada à anatomia da tumba e deixa-me morrer com meus lábios colados nos seus."





