Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava alento noSeu último vestígio, no território, da sua presençaImpregnando tudo tudo queEu não posso, nem quero, deixar que me abandoneNão posso, nem quero, deixar que me abandoneNão posso, nem quero, deixar que me abandone nãoCom a mesma falta de vergonha na cara eu procurava alento noSeu último vestígio, no território, da sua presençaImpregnando tudo tudo queEu não posso, nem quero, deixar que me abandoneNão posso, nem quero, deixar que me abandoneNão posso, nem quero, deixar que me abandone nãoSão novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuroNo presente que tritura, as sirenes que se atrasamPra salvar atropelados que morreram, que fugiamQue nasciam, que perderam, que viveram tão depressa,Tão depressa, tão depressaSão novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuroNo presente que tritura, as sirenes que se atrasamPra salvar atropelados que morreram, que fugiamQue nasciam, que perderam, que viveram depressa, depressa demaisA vida é doce, depressa demais.A vida é doce, depressa demais.A vida é doce, depressa demais.E de repente o telefone toca e é vocêDo outro lado me ligando, devolvendo minha insôniaMinhas bobagens, pra me lembrar que eu fui a coisa mais bregaQue pousou na tua sopa. Me perdoa daquela expressão pré-fabricadaDe tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem funcionaE de repente o telefone toca e é vocêDo outro lado me ligando, devolvendo minha insôniaMinhas bobagens, pra me lembrar que eu fui a coisa mais bregaQue pousou na tua sopa. Me perdoa daquela expressão pré-fabricadaDe tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem funcionaMe perdoa,Me perdoa, a vida é doce,Me perdoa, me perdoa, me perdoa...São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuroNo presente que tritura, as sirenes que se atrasamPra salvar atropelados que morreram, que fugiamQue nasciam, que perderam, que viveram tão depressa,Tão depressa,São novamente quatro horas, eu ouço lixo no futuroNo presente que tritura, as sirenes que se atrasamPra salvar atropelados que morreram, que fugiamQue nasciam, que perderam, que viveram depressa, depressa de maisA vida é doce, depressa demais...A vida é doce, depressa demais...A vida é doce, depressa demais...A vida é doce, depressa demais...
- Não se aprisione. Permaneça livre e disponível. Não se case com nada. Nunca escolha. No amor, é melhor ser escolhido. Melhor queimar do que congelar.
- Esta é minha arte preferida. O que penso servirá amanhã. Uma arte clara, limpa, sem retóricas, que não mente, não adula.- Todos temos de pensar no amanhã sem esquecer de hoje. - Se alguém vive intensamente na plenitude espiritual, um instante vale por uum ano e, cada ano, rejuvenesce cinco. Sou um oráculo alcóolico. Vocês pensam demais no futuro. Parece tão diferente o que faz em seus dias? Quero dizer, do que gosta mais? Eu, de três grandes fugas: fumo, bebida, cama. Você lê meus versos e não me compreende. É o verdadeiro primitivo. Primitivo como agulhas góticas. Tão alto, que não pode ouvir voz alguma.- É? Se visse minha estatura, perceberia que não sou alto.- Às vezes, à noite, esta escuridão, este silêncio, oprimem. A paz me amedronta. Temo a paz acima de tudo. Parece apenas uma aparência que oculta o inferno. Penso o que verão amanhã meus filhos. Dizem que o mundo será maravilhoso. Mas como, se basta um telefonema anunciando o fim de tudo? Deveríamos nos libertar das paixões e sentimentos na harmonia da obra de arte realizada. Naquela ordem encantada. Conseguiríamos nos amar tanto se vivermos soltos além do tempo. Soltos! Soltos!
- Quero a vida. Quero amor. Quer vida. Quero tudo que existe. Quero a verdade.
imagens & cartazes . La Dolce Vita, de Federico Fellini, Itália, 1960
texto 1 . A Vida é Doce, de Lobão
demais textos . La Dolce Vita, de Federico Fellini, Itália, 1960