Balada para Joana d'Arc
Meu desespero em melhorar o mundo é inversamente proporcional ao bem que consigo para mim. Nem falo de privilégios, mas de tranqüilidade mesmo – paz do espírito interior. Combatente bem valente não descansa nem quando dorme. A ponta da minha lança tá bem afiada – tem tinta. Sedenta por tempos menos obscuros, persisto sem cogitar uma parada. Ser retrô agora é ser de vanguarda. Nem sei se vou me salvar com isto. Nem quero saber. Nem é bem salvação o meu implícito propósito. Melhor nem saber o que vem por aí. Que no futuro provavelmente o ocaso me visitará. Santa não! Guerreira. Lotada das vertigens misteriosas e delirantes. Missão eu porto, não lamento: fulgurar meus flagelos como estandarte flamejante. Por justiça. Somente por justiça. Ao invés das costumeiras concessões desprezíveis, falhas, distorcidas e tardias.
Texto . Balada para Joana d’Arc, de matheus matheus
Imagem . O Martírio de Joana d’Arc, de Carl H. Dreyer
1 Comments:
A ponta da tua lança também está bem afiada.
Gostei.
11:55 AM
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