El
Tenho um conceito muito pessoal sobre o amor. O amor surge de improviso e rouba a cena. Não podendo me divertir quando estou apaixonado, visto que o amor suga meu tempo ao ponto de se tornar atividade mental única e exclusivista, o amor não me é interessante - é mau pois interfere no espaçotempo do meu ócio, do meu lazer e da minha solidão criativa. Não escrevo enquanto cortejo, beijo na boca e executo outras atividades inerentes à expressão do afeto em duo. Logo, escrevo e excluo as outras atividades. Viro a cara para o possível amor que não for leviano, aquele que exige fidelidade - conceito cristão no qual cuspo. Felicidade em demasia me cansa e me incomoda, me soa pouco autêntica. O amor é um vício difícil, quase doença. Fosse o contrário, amargaria ainda mais a mi vida. E eu, o que faria? Ultrapassaria os limites de ciúme e de posse. Melhor não. Melhor continuar insano supostamente livre, do que insano cativo passional de qualquer crime em função de um sentimento que é pura invenção, é pura vontade de ser já sendo.
texto . matheus matheus
imagem . El, de Luis Buñuel, México, 1953
3 Comments:
Só conheço conceitos pessoais sobre o amor.
6:02 PM
Parabéns, continue assim.
Saiba: existem conceitos impessoais sobre o amor. No contexto deste blog, acho que o melhor exemplo é o conceito que o cinema holywoodiano impôs ao resto do mundo no século passado.
4:37 PM
vida dura, dura vida...
9:07 PM
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