O Albatroz
Às vezes, por prazer, os homens da equipagem
Pegam de um albatroz, enorme ave do mar,
Que segue, indolente companheiro de viagem
O navio no abismo amargo a deslizar.
E por sobre o convés, mal estendido apenas,
O monarca do azul, canhestro e envergonhado,
Asas que enchem de dó, grandes e de alvas penas,
Eis que deixa arrastar como remos ao lado,
O alado viajante tomba como num limbo!
Hoje é cômico e feio, ontem tanto agradava!
Um ao seu bico leva o irritante cachimbo,
Outro imita a coxear o doente que voava!
O poeta é semelhante ao príncipe do céu
Que do arqueiro se ri e da tormenta no ar;
Exilado na terra e em meio do escarcéu,
As asas de gigante impedem-no de andar.
texto . O Albatroz, de Charles Baudelaire in Les Fleurs du Mal, tradução de Pietro Nassetti
imagens . Un Long Dimanche de Fiançailles, de Jean-Pierre Jeunet, França, 2004
3 Comments:
que bom que voce gostou dos textos.
como me encontrou?
3:23 AM
retribuindo a visita, seu blog é legal tem uns textos interessantes... vlw, tu é de bh msmo?
11:07 PM
fala, cara!
vamos nos falando!
fabricionoronha[em]yahoo.com.br
6:26 PM
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