"Santas as visões, santas as alucinações, santos os milagres, santo o globo ocular, santo o abismo." (Allen Ginsberg)

25.6.08

O Povo Contra Larry Flynt

E Deus criou o homem e a mulher, e ambos, depois de muito brincarem entre si, começaram a curtir também olhar e imaginar o que poderia ser mas nunca seria. Sacanagem. Vouyerismo. Tudo ou nada. Essa boneca tem manual. Qual o limite da censura? Chegaremos a um ponto em que nos excitaremos em ver vísceras? É tão fácil contemplar a nudez hoje em dia que uma pessoa bem vestida excita mais do que uma despida. O charme da imaginação rebuscada na sombra do real, na delícia de advinhar os contornos, no cuidado em reparar os gestos. Meio anos 30, não? Bem anos 30. Melhor mesmo9 seria se fôssemos transparentes - nem olhos, nem carne, nem nada. Apenas alma contra alma. Não é tão irreal e imaginativo assim: ocorre muitas vezes num diálogo com pessoa com a qual se se identifica, ou contemplando uma paisagem interessante - eu & natureza, eu flertando, ou eu apenas pensando sem prestar muita atenção no que vejo. Esta reflexão é muito mais difícil quando acompanhado. Mas possível.
Luxúria de amor de casal: trepar a valer, gastar todo o dinheiro que tiver com coisas aparentemente supérfluas - muito dinheiro quando a fonte não seca - e sofrer. Que amar é sofrer. A fartura da fortuna de uma banheira gigantesca transbordando de tanta água se opondo a desgraça da mesma.
Voltando a falar de pornografia & liberdade de expressão... A liberdade deve ser absoluta até os limites dos estertores. Até mesmo para testar a consistência dos dogmas vigentes. A responsabilidade irrestrita é legada aos seres que absorvem mídia, de qualquer natureza, e aos seres que os formaram - se os formaram de verdade, além de apenas conceber.
O ser, como indivíduo, tem que pensar e sentir tesão. Sentir tesão ao pensar. Mas pensar muito mais do que se excitar. Sobretudo, viver.
cartazes . People vs. Larry Flynt, de Milos Forman, EUA, 1996 texto . matheus matheus

Marcadores: