"Santas as visões, santas as alucinações, santos os milagres, santo o globo ocular, santo o abismo." (Allen Ginsberg)

14.7.06

outros sonhos

Sonhei que o fogo gelou Sonhei que a neve fervia Sonhei que ela corava Quando me via Sonhei que ao meio-dia Havia intenso luar E o povo se embevecia Se empetecava João Se emperiquitava Maria Doentes do coração Dançavam na enfermaria E a beleza não fenecia Belo e sereno era o som Que lá no morro se ouvia Eu sei que o sonho era bom Porque ela sorria Até quando chovia Guris inertes no chão Falavam de astronomia E me jurava o diabo Que Deus existia De mão em mão o ladrão Relógios distribuía E a policía já não batia De noite raiava o sol Que todo mundo aplaudia Maconha só se comprava Na tabacaria Drogas na drogaria Um passarinho espanhol Cantava esta melodia E com sotaque esta letra De sua autoria Sonhei que o fogo gelou Sonhei que a neve fervia E por sonhar o impossível, ai Sonhei que tu me querias Soñé que el fuego heló Soñé que la nieve ardía Y por soñar lo imposible, ay Soñé que tú me querías Esta música é do mais recente album do singular Chico Buarque, bem como algumas outras que já postei aqui. O passarinho espanhol ao qual Chico se refere é um autor anônimo/desconhecido dos quatro últimos versos cantados na canção